segunda-feira, 19 de abril de 2010


Galera, aviso rápido:
Mudança!
Em breve este blog estará com uma cara nova. Portanto, venho de antemão desculpar-me por quaisquer que sejam os erros que ocorrerem por aqui. Ainda estou trabalhando no novo ‘look’ do blog. Espero que apreciem.
=)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Gente




Tem gente que me lê sem saber o que busca
Tem gente que me lê sabendo que eu sou muitos
Tem gente que me lê sabendo que finjo ser outros
Tem gente que me lê simplesmente por vontade


Muita gente não sabe o que busca
Muita gente é assim; como eu.
Tem gente que não ama
E tem gente com o coração como o meu
Tem muita gente que não sabe
Que tem gente que finge saber que sabe


Tem gente que busca o saber
Através dos pensamentos de outrem
Tem gente que constrói o saber
E que o faz como ninguém


E toda essa gente faz parte do meu mundo
No qual eu não me encaixo perfeitamente
Seja ele raso ou profundo
Mas vivo como um transeunte constantemente;
Vivo como um animal in mundo.

(I.A.M² - 16/04/2010)

Divina Comédia





De longe eu o observava
Via em sua postura curvada, sentado sobre uma balde emborcado
O semblante de uma rapaz cansado, mas
Ele amparava em suas mãos um clássico da literatura
A Divina Comédia do Dante Alighieri.
Lia-o como quem devora um bom prato de comida após dias em fome.
A sensação de vê-lo lendo, além de inesperada, fora inebriante.
Senti múltiplas vontades, mas...
Ele merece mais que um dia após o outro para se satisfazer.
Ele merece mais que o raiar do sol para um bom dia de trabalho.
Ele deliciava-se no prazer da irresponsável leitura.
Ele tinha nas mãos as marcas de uma manhã de esforços.
Ele tinha na mente a ventura de uma incansável viagem pelo desconhecido.
Ele tinha fome e sede da incansável busca do infinito.
Ele lia-o, ele apreciava-o; ele era como eu...
Ele foi a imagem do meu dia.

(I.A.M² - 16/04/2010)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Acho"






Acho melhor eu sair e encontrar pessoas
Que sempre me digam a verdade.
Sei que preciso delas
Para me curar de algumas manias fúteis.
Mas temo que estas pessoas
Precisem mentir um pouquinho.
Verdades demais não me serão, assim, tão úteis.
Mas...
Acho que me bateu uma preguicinha
daquele jeitinho.
Acho que dá pra viver
Ouvindo mentiras devagarinho.

(I.A.M² - 12/04/2010)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Do relativismo amoroso



Eu buscava um sentimento que me desse alguma certeza.
Uma certeza bruta.
Uma certeza absoluta.
Um sentimento real...

Sentir saudades de alguém me dá a certeza de que este alguém está longe, mas a certeza só me é dada naquele momento; quando eu voltar a ver este alguém, a saudade suavemente se extinguirá.

Sentir medo do que quer que seja me dá a certeza de que eu não tenho a coragem suficiente para superá-lo, mas por quanto tempo?

Sentir-se com raiva me dá a certeza de que eu posso ser mau, de que, possivelmente, poderei sentir nos lábios o doce sabor da vingança. Mas a minha raiva certamente não durará para sempre.

Sentir-se corajoso me dá a certeza de que eu posso, de que eu consigo; mas quanto tempo até aquele medo tomar conta de mim?

Sentir-se apaixonado, embebido dos pés à cabeça, na mais pura paixão, me dá a óbvia certeza de que eu estou apaixonado; mas quanto tempo até esta paixão virar amor?

Já quando se ama, digo: ama-se de verdade, ama-se com tudo e por ser amor tenho a mais inefável das certezas de que este amor não terá fim.
Mas na vida real este mesmo inefável não é tão pleno assim; pode-se esmigalhar em poucas palavras.
Na vida real o amor incansavelmente declarado como verdadeiro pode acabar, pode mudar...

Mudar, como?

O amor é o mais sublime dos sentimentos;
Não é cabível de melhoramentos.

Resta-nos, então, a depreciação de tal sentimento. A idéia de regredir no amor é absurda! Afinal, quem uma vez atinge o nirvana não mais quer perdê-lo.

Portanto, na vida humana terrena todos estes sentimentos são variáveis.
A plenitude encontra-se no papel onde cada sentimento, ao recair sobre as letras todo o seu encanto, torna-se pleno e, finalmente, inefável.

Amar fora do papel é tão complicado quanto possível.


(I.A.M² - 07/04/2010)

domingo, 4 de abril de 2010

Travessa São Tomaz de Aquino

Que saudades que eu sinto daquela terra querida
Onde aprendi tanta coisa e muita coisa eu fiz da vida
Que saudade que eu tenho da gente de lá
Que me fazia rir
Que me fazia cantar
Saudades eu tenho é da rua de trás
Onde eu jogava bola sendo sempre o goleiro
Brincava com amigos que foram os meus primeiros
E que carrego até hoje do lado esquerdo do peito.
(I.A.M² - 04/04/2010)

sábado, 3 de abril de 2010

Poeta é Mário Quintana

Depois de ler a homenagem do Jaime Caetano Braun ao saudoso Mário Quintana:



"Entre os bem-aventurados
Dos quais fala o evangelho,
Eu vejo no mundo velho
Os poetas predestinados,
Eles que foram tocados
Pela graça soberana,
Mas a verdade pampeana
Desta minh’alma irrequieta,
É que poeta nasce poeta
E poeta é o Mario Quintana!"

Lembrei-me de uma pequena passagem, O Trágico Dilema, do Mário Quintana:


"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro."

E com isto termino a minha tarde.
Um abraço!
=)