segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Carta a um velho amigo






Velho amigo há tanto que não te escrevo!
Escrevo-te, hoje, para tentar matar a saudade do lado de cá. Caramba velho amigo, hoje eu me dei conta do quanto que eu mudei. Venho me lembrando constantemente daqueles tempos em que você “ouvia” os meus precoces lamentos e que por muitas vezes você mesmo me enveredava por caminhos complexos, que a minha imaturidade fazia questão de descartar, e incrivelmente me fazia achar as respostas aos meus pequenos problemas. Alem de você, conquistei outros excelentes amigos que eu tenho a certeza que posso contar com eles para o restante dos meus dias aqui na terra. Velho amigo, a vida aqui está muito boa, conheci pessoas, bares e livros formidáveis; lembra que eu os odiava?! Pois é... Mudei nisso também. Tornei-me, inexplicavelmente, um romântico incurável. Muito embora eu tenha me tornado, também, um pouco seco, áspero ou cético em relação àquelas coisas da vida que eu tanto te contava. Sinto que fiquei mais duro na queda, sabe?! Hoje eu estive entre amigos e familiares e voltei pra casa na companhia de uma amiga incomparável; conversávamos sobre aqueles velhos problemas em relação àquela velha pessoa que teima em insistir em um passado que não existe mais. Velho amigo, tinha que te escrever sobre o novo que me aconteceu, conheci novos horizontes acadêmicos... E estudo, agora, na área de exatas, não obstante eu venha assumindo certa inclinação para a área de humanas; coisa que você já sabia há muito tempo, não é?! Sabe aquele hábito esquisito que eu tinha de sempre te perguntar quem estava mentindo pra mim? Pois bem... Ele, junto aos livros e ao tipo de vida que venho tendo, suscitou um novo hábito: agora eu gosto de ler pessoas, mas ainda estou me alfabetizando nesta área... Pessoas dão um excelente objeto de estudo e uma grande dor de cabeça; principalmente as que sonham. Velho amigo, enquanto te escrevo esta carta vou me lembrando de todos os momentos difíceis pelos quais eu tive que passar e que ao voltar a te ver, era você quem amparava as minhas lágrimas com sabedoria e compreensão, mas não se preocupe o tempo me ensinou a chorar de diferentes maneiras para que eu não aflija tanto o meu peito, mas para que eu trabalhe ainda mais a minha mente. Venhos sentindo saudades daquele tempo que só de pensar em te “falar” sobre minhas dúvidas elas eram esclarecidas. Velho amigo, saudades. Vê se me escreves logo...


Do teu amigo de ontem e sempre, Israel Agnes.


(I.A.M² - 17/01/2010)