sexta-feira, 24 de julho de 2009

Comentário inescrupuloso:

Ainda lembrando a primeira, e incomparável, vez em que a beijei. Uma das tantas, inusitadas, situações pelas quais o meu carma costuma gritar alto aos ouvidos do destino: Nenhuma de todas as transas que eu tive foi tão pessoal quanto aquele beijo, o gosto de seus lábios e o tato de sua língua comparavam-se a um embriagante manjar.

Inescrupuloso comentário.

Inesquecível sensação.


(I.A.M² - 23/07/2009)

Amor que morre




O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!


(Florbela Espanca)

Ela era

Ela que a rosas cheirava,
E em meus desejos ardia.
Ela que de dia ensaiava
E só na noite mostrava
O que ensaiara de dia.
Ela intrínseca à minha vida.
Eu intrínseco à vida dela.
Ela que não sai da minha vida.
Eu que saí da vida dela.
O mútuo, amante, amor que jazia.


(I.A.M² - 20/07/2009)