quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Fome
O que faço é instinto;
Não minto.
O que sinto é instinto;
Não minto.
O que quero foi extinto;
Eu minto,
Funciono como um helminto
De um animal faminto.
(I.A.M² - 17/09/2009)
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Pai, Filho e Espírito Santo, onde estão Vocês?
Foto: Theo Macedo
Nasceu sem saber que destino teria.
Era mais uma alma perdida no mundo.
Brincou como qualquer outra criança brincaria.
Brincava e caía em um sono profundo.
E desse sono acordou
Sozinho e miúdo.
Iludido da vida.
Iludido de tudo.
Vestimentas, tinha que ganhar.
Comida, tinha que mendigar.
Precisava de alguém,
Mas não tinha ninguém.
Caminhava pelas ruas sem ter para onde ir.
Parava e tentava dormir
Para, quem sabe, um dia
Acordar desse pesadelo que não conseguia sair.
Dormia na rua, fizesse sol, frio, calor,
Fizesse chuva.
Viveu como um homem,
Mas era apenas um garoto,
Que chorando amiúde
"Acordou" morto.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Ladrão de sonhos
Ontem, em um sonho sonhado
Sonhei que eu não era eu.
O que eu sonhei foi um sonho roubado,
Sabia que aquele sonho não era meu.
A parte mais irônica
Foi viver tudo novamente
Onde eu erraria tudo de novo
Ou mataria a vontade de muita gente.
E por ter sonhado e brincado de ator
Fui um ladrão de sonhos
Que padeceu na própria dor
De um menino inocente e embebido em amor.
Enquanto escrevo sobre o ocorrido,
Me pego rindo feito um lerdo.
E vou juntando as idéias,
Tal qual criança brincando com lego.
(I.A.M² - 14/12/2009)
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A cara pintada; esconde o próprio rosto.
O nariz de palhaço; esconde o próprio nariz.
Roupas, sapatos, chapéus e todos os demais adereços; transbordam felicidade.
O talento e a sutileza de provocar um riso alheio é uma das características mais encantadoras de um palhaço. Hoje, dez de dezembro de dois mil e nove - dia do palhaço - não posso deixar de parabenizá-los. A todos os palhaços da rua, do mundo, dos circos e da vida, minhas sinceras felicitações.
:•)
O nariz de palhaço; esconde o próprio nariz.
Roupas, sapatos, chapéus e todos os demais adereços; transbordam felicidade.
O talento e a sutileza de provocar um riso alheio é uma das características mais encantadoras de um palhaço. Hoje, dez de dezembro de dois mil e nove - dia do palhaço - não posso deixar de parabenizá-los. A todos os palhaços da rua, do mundo, dos circos e da vida, minhas sinceras felicitações.
:•)
Palhaços da minha infância
Palhaços acrobatas,
Com saltos do outro mundo.
Palhaços sempre alegres,
Palhaços do além-mundo.
Palhaços no compasso
Do permanente não-embaraço.
Palhaços feitos de aço,
Palhaços que doam abraços.
Palhaços com o riso de fora
E a platéia se satisfazendo,
Mas ninguém sabe, picadeiro afora,
Que os palhaços são tristes por dentro.
Palhaço que ris de mim
Não sabes o teu triste fim?
Morrer em um picadeiro
Enforcado no cetim!
(I.A.M² - 10/12/2009)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
Nota de rodapé
Uma das coisas mais complexas da natureza humana é apaixonar-se.
Ótimo!
Você se apaixona, morre de amores e não sabe o porquê.
Perfeito!
O que mais me intriga, hoje, é o fato de eu sentir a estranha, e desnecessária, necessidade de ir ao fundo do sentimento e descobrir uma razão, um motivo, uma explicação.
Paranóico!
Mas quando chego aonde quero, quando atinjo o meu objetivo, eu deveria deleitar-me nos prazeres do saber; mas, não.
Frustrante!
Antes era bom, antes era ingênuo, antes gozaríamos juntos dos prazeres do acaso.
Nostálgico!
Agora descubro na minha limitação de humano que as idéias básicas são bem simples.
Descubro que toda a complexidade implícita ao 'enamorar-se' é falsa: apaixonamo-nos pelos mais inertes detalhes, enfim, pelos mais perigosos deles.
Cool!
Se servir de sugestão: viva sem querer saber de tudo, isto torna o tudo tão diferente e interessante.
Ótimo!
Você se apaixona, morre de amores e não sabe o porquê.
Perfeito!
O que mais me intriga, hoje, é o fato de eu sentir a estranha, e desnecessária, necessidade de ir ao fundo do sentimento e descobrir uma razão, um motivo, uma explicação.
Paranóico!
Mas quando chego aonde quero, quando atinjo o meu objetivo, eu deveria deleitar-me nos prazeres do saber; mas, não.
Frustrante!
Antes era bom, antes era ingênuo, antes gozaríamos juntos dos prazeres do acaso.
Nostálgico!
Agora descubro na minha limitação de humano que as idéias básicas são bem simples.
Descubro que toda a complexidade implícita ao 'enamorar-se' é falsa: apaixonamo-nos pelos mais inertes detalhes, enfim, pelos mais perigosos deles.
Cool!
Se servir de sugestão: viva sem querer saber de tudo, isto torna o tudo tão diferente e interessante.
(I.A.M² - 21/11/2009)
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Sonhos (parte I)
Sonhei que andava num deserto
No qual chovia sem parar
Que mal fiz eu à água
Pra ela não querer me molhar?
Sonhei que eu contava piadas.
Sonhei que eu não sabia nadar.
Sonhei que eu caía de um prédio.
Sonhei que eu sabia voar.
Sonhei que eu pegava um trem
Sem saber para onde ir
E nele encontrei um palhaço
Mas ele não sabia rir.
Sonhei que eu andava de carro.
Sonhei que eu era um robô.
Sonhei que eu tinha um jardim;
Um jardim com uma única Flor.
Sonhei que eu era um velhinho.
Sonhei que eu não tinha ninguém.
Sonhei que eu era o bom moço;
E muitas vezes o mau também...
(I.A.M² - 15/11/2009)
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Sopraram-me o Puzo:
Encontraram-me perdido.
Encontrei-me avulso
Deixando o meu velho abrigo
Que ontem caiu em desuso...
Deixei que me vissem despido
De toda a certeza que eu fazia uso
Deixei que me soprassem ao ouvido
Uma velha dica do Mário Puzo:
"Ser razoável com gente estúpida é muito perigoso."
Agradeci.
(I.A.M² - 10/11/2009)
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Eu que nem sei escrever...
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Tua boca
Anseio pela tua boca, de lábios carnudos e traços divinos, com a qual venho sonhando ultimamente.
Essa tua boca avermelhada, bem situada debaixo do nariz e perfeitamente centrada na região inferior da face.
Essa tua boca que me desperta desejos e incita a minha luxúria.
Que a disposição dos lábios deixe sempre a perceber uma leve e despojada abertura entre eles;
Que o lábio inferior insinue-se discreta e voluptuosamente para frente; que nos cantos da boca e no prolongamento dos lábios deixe-se perceber leves pitadas de desejo.
Que essa boca abuse do falar
E só opte pelo calar
Na hora de beijar.
(I.A.M² - 15/10/2009)
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Deleite de mulher...
Tu, mulher de leite que és bela por natureza,
Vens entorpecendo minhas noites em claro;
Me acompanhando no correr dos ponteiros,
Efervescendo minhas solitárias madrugadas;
E dicotomizando a luz de meus dias.
Tu, mulher de leite, só tu que me entendias -
Mulher de leite, brisa suave, recôndito do meu passado.
Tu, mulher de leite, que és mulher soberana
Ora santa, ora mulher, ora cadela...
Mas tu, mulher de leite, na moldura de minha cama
Nunca mulher se fez tão bela.
Tu, mulher de leite, musa dos pesares,
Mulher no nome, angélica na face,
Figura cálida, de jargão angelical;
Posto que anjos guardam e não dão pesares
Não és anjo que me guarda, és anjo que me tenta.
Tu, mulher de traços divinos
Fizestes do meu destino um acaso bastante pretensioso.
Mulher de leite, mulher deleite, merecias um poema.
(I.A.M² - 06/10/2009)
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Vil negação
Não quero escrever,
Não quero sentir,
Não quero abraçar,
Só quero mentir,
Não quero te ver,
Não quero beijar,
Não quero lembrar,
Eu só quero fingir.
Não quero sentir,
Não quero abraçar,
Só quero mentir,
Não quero te ver,
Não quero beijar,
Não quero lembrar,
Eu só quero fingir.
Não quero escrever para não me enganar,
Não quero sentir para não ter que fugir,
Não quero abraçar pra não ter que calar,
Optei por mentir e não mostrar que sofri,
Não quero te ver para não te beijar,
Não, não quero lembrar e fingir que esqueci.
Não quero sentir para não ter que fugir,
Não quero abraçar pra não ter que calar,
Optei por mentir e não mostrar que sofri,
Não quero te ver para não te beijar,
Não, não quero lembrar e fingir que esqueci.
(I.A.M² - 30/09/2009)
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Ama-se uma Flor não somente pelo perfume que ela exala
Ou pela maravilhosa manifestação de cores que suas pétalas contém;
Mas pelos espinhos que ela, também, traz consigo.
Ama-se uma flor tão-somente pelo tormento que ela te causa;
Pela felicidade que ela te proporciona ao te desejar um bom dia.
Ou pode ser nada disto, amá-la somente por ser Flor e ser única no mundo...
Responsabilizá-la por aquilo que em mim ela cativou, é ridículo.
Sem discordar de Saint-Exupéry;
Mas mal sabe ela o cativou,
Mal sabe ela que todas as sementes do acaso germinaram.
Como disseram-me uma vez:
"Para cada expectativa uma decepção à altura...".
(I.A.M² - 11/09/2009)
Ensaio sobre a subjetividade
Soneto CXVI
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
(William Shakespeare)
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Liberto
sábado, 29 de agosto de 2009
Sem saber muito bem para aonde ir,
Sem saber ao certo o que fazer,
Pergunto-me: engano-me?
Sem saber se é você,
Sem saber ao certo o que dizer,
Ou até como dizer;
Sem querer ver o partir,
Sem querer sentir, e se sentir
Levantar a cabeça e seguir em frente.
Todo esse torpor no instante de um abraço
E o enrubescer devido ao embaraço
São curiosas peças da minha mente.
(I.A.M² - 29/08/2009)
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Brincando?
Assinar:
Postagens (Atom)