quarta-feira, 29 de julho de 2009

Carma rouco

Sim, ela me pegou. Nada mais forte e mais verdadeiro como ‘A sutil flecha da beleza’ de Friedrich Nietzsche in ‘Humano, demasiado humano’ onde ele diz:

“A mais nobre espécie de beleza é aquela que não arrebata de vez, que não se vale de assaltos tempestuosos e embriagantes (uma beleza assim desperta facilmente nojo), mas que lentamente se infiltra, que levamos conosco quase sem perceber e deparamos novamente num sonho, e que afinal, após ter longamente ocupado um lugar modesto em nosso coração, se apodera completamente de nós, enchendo-nos os olhos de lágrimas e o coração de ânsias. [...]”.

Quem é que ainda não viu?!

O jeito como eu não consigo mais disfarçar, nem controlar, um suspiro me escapa quando falo o nome dela, olho pra cima e respiro fundo quando tocam o nome dela, aquece-se o meu sangue e molha-se a minha boca quando o assunto é ela. Meu carma já está rouco de tanto gritar aos ouvidos do destino, dedicou-se a escrever e a não mais gritar. Espera-se ansiosamente que o destino saiba ler.

Oh céus, que juízo esse meu, não?!
:)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Comentário inescrupuloso:

Ainda lembrando a primeira, e incomparável, vez em que a beijei. Uma das tantas, inusitadas, situações pelas quais o meu carma costuma gritar alto aos ouvidos do destino: Nenhuma de todas as transas que eu tive foi tão pessoal quanto aquele beijo, o gosto de seus lábios e o tato de sua língua comparavam-se a um embriagante manjar.

Inescrupuloso comentário.

Inesquecível sensação.


(I.A.M² - 23/07/2009)

Amor que morre




O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!


(Florbela Espanca)

Ela era

Ela que a rosas cheirava,
E em meus desejos ardia.
Ela que de dia ensaiava
E só na noite mostrava
O que ensaiara de dia.
Ela intrínseca à minha vida.
Eu intrínseco à vida dela.
Ela que não sai da minha vida.
Eu que saí da vida dela.
O mútuo, amante, amor que jazia.


(I.A.M² - 20/07/2009)

quarta-feira, 15 de julho de 2009



O prazer proporcionado por estranhas tornou-se um desejo carnal. A pessoa, até certo momento, completamente desconhecida por seus afetos tornou-se dominadora de seus quereres. Dominou-lhe o corpo com a desinteressada intenção de ouvir dele o que ela almejava escutar desde o inicio da noite:
A noite fez-se dia
O prazer fez-se suor
A estranha fez-se amiga
E o seu colo desfez-se em pó.



(I.A.M² - 14/07/2009)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Juras...

Sou eu quem quer sentir a chuva no teu corpo apaixonado.
Sou eu quem quer sentir o gosto do teu beijo pra valer.
Sou eu quem quer sentir o cheiro que tu sentes.
Sou eu quem quer ouvir de ti o que estou disposto a dizer.
Sou eu quem quer te dar o mundo e as estrelas.
Sou eu quem quer te dar o céu, os sons, a alma e o ser.
Sou eu quem vai fazer por você, pra você e com você...
...as coisas que algum dia eu só planejei fazer.

(I.A.M² - 08/07/2009)

Desordenação de fatos

Confuso e apaixonado coração...
Confusa mente pirada...
Confuso amor - semi-esquecido...
Confusa paixão desenfreada...
Confuso tempo perdido...
Confusa terra molhada...
Confuso fosse eu iludido...
Confusa você, enganada...
Confusa noção perdida...
Confuso tesão sentido...
Confusa confusão querida...
Confuso, confuso, passado...
Confusa hora parada...
Confuso momento nocivo...
Confusa carência não sanada...
Confuso eu, confundido
Confusa você, confusa nada...
Confuso eu, amando...
Confusa você, amada...
Confuso eu, esperando...
Confusa você, esperada...
Confuso eu, egoísta...

(I.A.M² - 06/07/2009)
Assim, até que eu ia publicar alguma coisa hoje, mas prefiro esperar ser presenteado por um momento de sono menos insistente e uma criatividade mais presente. Deixo esse dizer de Shakespeare como se ele quisesse nos desejar uma boa madruagada:

"Um homem que não se alimenta de seus sonhos, envelhece cedo."
(William Shakespeare)


=)

Primeiro erro, primeiro dia

Bem... Ao som de Enter Sandman do Metallica, fui criando e editando todo o layout desse blog, ponderando o que eu julgava ser mais uma de minhas loucuras ou mais um momento de devaneio seguido por uma criatividade de caráter duvidoso.

Acredito que um grande dilema quando se vai criar um blog seja mesmo nomeá-lo. PUTS! Estava com a idéia de colocar “Todo dia uma poesia”, mas... Sei não... Achei o nome interessante e ao mesmo tempo castrador. Poesias? Quem sou eu? Ok. Digamos que por vez ou outra todos nós tenhamos nossos momentos de criatividade ante a uma desilusão ou demasiada alegria, mas convenhamos que seria um tanto pretensioso. Por fim, acabei optando por “Errodito” uma mistura um tanto insana da palavra ‘erro’ com a palavra ‘erudito’. Segundo o web site http://www.priberam.pt/, ‘erudito’:



Erudito

Adj.

Adj.

1. Que tem profundos e vastos conhecimentos.

s. m.

2. Homem muito sabedor.

3. Enciclopedista.



E segundo o mesmo web site, encontra-se a definição de 'erro' como sendo:



Erro (ê)

s. m.

1. !Ato de errar.

2. !Inexatidão.

3. Engano.

4. Desacerto.

5. !Incorreção.

6. Pecado, ilusão.

Essa mistureba toda acabou soando-me como ‘Um enciclopédico com mal de Alzheimer’ ou ‘um homem que sabe muito e de nada tem certeza’... Não importa!

O importante foi que eu consegui encontrar esse nome, e que ele me pareceu formidável na hora... Embora eu possa me arrepender desta mesma escolha lá na frente, mas isso é outra estória. ‎

Ao que tudo indica, pelo menos é o que me parece, vou me dedicar a escrever algumas baboseiras, e letras/frases semi-ordenadas, nas linhas que seguem este blog. Dependendo do andar da carruagem vou postando alguns antigos textos, meus, que se debruçaram sobre o papel e estão prestes a ganharem um ‘leito’ mais digital.